Sigo migalhas
e mal me encontro
entre as falhas
que cruzo no caminho
Expectativas em excesso
são minhas tralhas
que queimam o lombo
como a fé na fornalha
Lavadas no suor
Levadas pelo banho
Revelam o melhor
Quando delas disponho
São querelas no chão
aquarelas do céu
Farelos de razão
lançados ao léu
Migalhas que me orientam
pelas constelações e
brilham, brilham, brilham: mais que meras contemplações
Indicam o destino
dão juizo à ilusão
Traçam um mapa fino
desta perdição
E agora que sumiu a pista
que não encontro o atalho
da saída prevista
Que rumo faço?
E agora sem mote
Sem estrela do norte
Sem guia da sorte
um náufrago sem bote?
É como enfrentar a própria morte?