A arapuca em que adoradores de Emendas Parlamentares (do orçamento secreto) se meteram ao apoiar Bolsonaro está perto de se fechar. Bolsonaro usa todos os recursos disponíveis para romper com o Estado Democrático e de Direito, inclusive o bolso do Centrão.
O bolsonarismo segue a cartilha de Hitler que também abusou das regras democráticas para romper com a democracia. A sustentação construída pelo governo no Congresso lhe será útil apenas até o cumprir o objetivo de fechar os Poderes Legislativo e Judiciário.
É o que os apoiadores de Bolsonaro esperam e o que o Bolsonarismo promete entregar: “a destruição de tudo que está aí”, no sentido de enterrar as instituições que limitam, com freios e contra-pesos, o exercício do autoritarismo por qualquer um dos chefes dos poderes.
Diante do isolamento social e do desgaste político, com a popularidade em queda, Bolsonaro fez uma movimentação tática abrindo o governo para o Centrão em troca do arquivamento dos pedidos de impeachment pelos crimes cometidos. Embora o general Heleno tenha cantado “pega ladrão”, a composição com o Centrão foi encarada como um mal menor pelos bolsonaristas. E, como uma oportunidade, de tentar desviar dinheiro público das vacinas, como tem demonstrado a CPI da Pandemia. Por outro lado, a marcha para um punch contra a República segue em curso com Bolsonaro.
Ao falar à nação brasileira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira foi tíbio em não condenar com veemência a ameaça marginal às instituições e ao cargo de Presidente da República que Bolsonaro imprimiu no 7 de setembro. Ou acha que é blefe ou crê que manterá esquemas.
Um erro crasso, pois se Bolsonaro se fizer “déspota” absoluto, os arranjos operacionais dos esquemas de desvios de verbas irão prescindir do Centrão e sequer haverá direitos para um julgamento justo. Ou apoia o impeachment do Bolsonaro, ou sucumbirá junto com a democracia.